Advogado Nelson Lacerda da Silva, dono da empresa Lacerda Sports, poderá deixar o Comercial na noite de hoje; a participação dele na reunião não está confirmada. (Foto: Weber Sian/A Cidade) |
A possível decisão de Lacerda visa, principalmente, evitar um desgaste maior para sua imagem. Uma outra hipótese, no entanto, que tem ganhado força nos bastidores do Comercial, é a de Lacerda entregar a carta de renúncia a qualquer momento e deixar a presidência da diretoria executiva. Para muitos conselheiros, a destituição do atual mandatário não seria benéfica ao clube.
“Acho que tudo caminha para um afastamento. Ele deve fazer essa opção para apresentar defesa e conversar, isso evitaria polêmica e uma exposição ainda maior. Pelo que conheço do Lacerda ele não vai se sujeitar a essa humilhação”, declarou o conselheiro Adriano Soares.
“Estive no clube hoje [ontem] e soube da possibilidade do presidente enviar uma carta de renúncia”, revelou o ex-presidente Eduardo Baptista, o Dado.
Ao justificar sua posição contrária ao processo de impeachment, Soares destacou “os bons serviços prestados” por Lacerda ao Comercial. “Não faria a destituição do presidente, seria o mesmo que a gente cuspir no prato que comeu.
É preciso tratar ele com respeito, o Lacerda tem uma folha de serviços prestados, maior que muitos comercialinos. O ideal seria a renúncia, mas o estatuto lhe dá o direito de pedir afastamento”, comentou Soares.
Vice aguarda Lacerda
O estatuto do Comercial prevê que, em caso de vacância do presidente, quem assume é o segundo vice-presidente, no caso, Carlos Alberto Abreu. “Vou conversar com o Lacerda. Ele já fez o que tinha de fazer, se não tiver dinheiro vai ter que mudar.
Já peguei o Comercial, administramos o clube e cumprimos todos os compromissos, mas precisamos ouvir o Lacerda e buscar um acordo de cavalheiros”, disse Abreu, que atuou no departamento de futebol durante a Copa Paulista de 2009, na gestão do então presidente Rangel Scandiuzzi. Nesta época, Lacerda patrocinou o time.
Isaac defende comum acordo
Responsável por intermediar as conversas com Nelson Lacerda, o presidente do Conselho Deliberativo do Comercial, David Isaac, defende um acordo amigável. “O melhor caminho é o comum acordo, uma saída que seja boa para ambas as partes.
A destituição seria algo unilateral. Talvez, o melhor, seria o presidente se afastar e depois discutirmos o contrato de gestão”, explicou Isaac.
Apesar de se mostrar contrário à permanência de Lacerda na presidência do Comercial, Isaac adota a cautela ao falar sobre a saída do atual mandatário. “Não me sinto à vontade para pedir que alguém saia do cargo do qual foi legitimamente eleito. Acho que não há mais clima, mas é uma decisão que precisa partir dele”, declarou.
Isaac não soube dizer se Lacerda participará da reunião do Conselho Deliberativo na noite de hoje, no Palma Travassos.
“Ele [Nelson Lacerda] provavelmente não irá vir se estiver convicto da renúncia, mas é importante ele se defender. É importante saber o que ele pretende no clube, o que pensa sobre o contrato de gestão e a continuidade do trabalho para que os conselheiros possam tomar uma decisão”, finalizou Isaac.
Lacerda foi reeleito na presidência por aclamação em novembro do ano passado para o triênio 2015/2016/2017.
Fonte: Jornal A Cidade
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