Olímpio Batista Ferreira Júnior, mais conhecido como Pinho, é o técnico mais velho registrado no futebol brasileiro na atualidade. Aos 73 anos, ele trabalha como treinador desde 1979, quando iniciou a carreira no Novorizontino-SP após fazer carreira como centroavante. Ele calcula que o Comercial de Ribeirão Preto, que dirige na Série B (equivalente à quarta divisão) do Campeonato Paulista, é o 71º clube em trajetória perto de completar 40 anos.
Pinho é considerado um técnico especialista no campeonato em que atua: alcançou seis acessos em oito edições da quarta divisão de São Paulo. É sucesso quase garantido, o que faz com que novas oportunidades de emprego apareçam em volume constante. Ele considera a "Bezinha" como a "divisão mais difícil que tem" porque 40 clubes iniciam a disputa e apenas dois sobem.
O nome do técnico mais velho do Brasil está tão em alta neste contexto que ele assinou contrato com o Comercial ainda em outubro do ano passado. O clube estava reformando seu estádio e sem elenco, mas garantiu o comandante, que sóiniciou o trabalho em 8 de abril, com vitória por 3 a 1 contra o XV de Jaú pela primeira rodada da Série B. Preconceito? Ele percebe, mas faz o possível para passar por cima.
Sinceramente, estou começando a vivenciar situações de preconceito, sim. Acho que é porque eu incomodo muita gente. Incomodo treinadores mais jovens que não conseguem emprego, incomodo torcedores, a própria imprensa, os adversários. Perguntam "você não vai parar?" com um bom tanto de ironia. Então, eu também brinco. Digo que tenho 18 anos, vou fazer 19 mês que vem, não tenho motivo para parar. Aí eles já veem que a gente não gostou da situação. Mas eu não ligo.
Pinho, Técnico do Comercial, sobre preconceito
Ainda me sinto muito bem, sem problema nenhum. Quando perceber algo eu paro e volto para minha casa. Agora, estou começando a perceber coisas de fora que nunca tinha visto. Curiosamente, é o momento em que eu estou mais confortável do que nunca. Nunca estive tão bem quanto hoje. Sou um cara feliz, consciente, com filhos e netos que já larguei, mas agora não largo mais. Não estou velho coisa nenhuma: a idade me ajuda muito. Se eu não fosse bom, não iriam atrás de mim.
Também Pinho, sobre o estágio da carreira
Fonte: UOL
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