Pouco antes do rebaixamento para a Série A3 – que ainda pode ser "revertido" por conta do julgamento do Atlético Sorocaba – e durante um dos momentos mais delicados dos últimos anos, o Comercial retomou as categorias de base. Com possibilidade de impeachment do presidente Nelson Lacerda e até quebra de contrato com a gestora Lacerda Sports, o clube luta para manter na ativa a revelação de novos talentos com as próprias forças. E uma saída para isso foi criar um plano de sócio-torcedor voltado exclusivamente para as categorias de base.
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| Sub-15 do Leão do Norte disputa o Paulista da categoria desde abril (Foto: Divulgação/Comercial FC) |
Sem vínculo com a gestão do clube, o projeto foi idealizado por torcedores, entre eles Jorge Rodini, que é um dos cinco atuais vice-presidentes do clube. Ainda sem oferecer nenhum benefício em troca, o objetivo é ter 200 sócios e arrecadar entre R$ 8 mil e R$ 10 mil, valor que seria suficiente para manter as equipes das categorias de base, segundo o idealizador.
– Os sócios dos times profissionais têm algumas vantagens, como desconto em produto, não pagar ingresso. No primeiro momento (o torcedor) não está recebendo nada. A pessoa está se colocando como alguém que ajudou a reconstrução da base. Isso vai gerar uma receita importante – disse Rodini.
Entre os gastos das equipes de base, estão os salários dos profissionais contratados e os custos para realização dos jogos no Estádio Palma Travassos, que são de aproximadamente R$ 2,5 mil por partida, segundo Rodini. Fora os R$ 7 mil gastos para a inscrição de jogadores junto à FPF (Federação Paulista de Futebol), no fim de março. Com a dificuldade para conseguir um número suficiente de patrocinadores para a base, o projeto visa suprir as demandas financeiras do clube em conjunto com a receita gerada pelas escolinhas.
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| Sub-20 ainda não venceu no retorno às atividades, após dois anos parados (Foto: Vinicius de Paula) |
– Quem começa a assistir jogo da base não para mais. Os torcedores ainda precisam se acostumar a ir ao estádio no sábado de manhã, aí depois já almoça ali perto. É uma coisa que vai virar uma rotina. Mas não é fácil no começo. Mais pra frente vamos começar a oferecer algum sorteio, algo diferente. Até para que outros (torcedores) se animem – afirmou.
Citando planos e números de outros clubes do Brasil e do exterior, o idealizador acredita que o torcedor comercialino irá abraçar o projeto no futuro, mesmo sem ligação com o time profissional.
– É como se ele fosse sócio da base mesmo. Ele não vai ganhar nada se o jogador for vendido, mas vai ter a segurança que estamos montando times melhores, sem ficar dependendo de outras gestões. E é uma coisa que estava esquecida no Comercial – afirmou.
O atual vice-presidente do Alvinegro alertou, ainda, que os erros cometidos pelo antigo plano de sócio-torcedor do Comercial não podem acontecer novamente.
– Nós chegamos a ter 4,8 mil sócios no profissional, mas com a gestão temerosa e absurda dos últimos tempos nós fomos perdendo sócios. Se o Lacerda não tivesse cometido equívocos quando a gente subiu (em 2011), como não ter camisa para vender, nós teríamos chegado a 10 mil – completou.
O sub-11 e o sub-13 do Comercial estreiam no Paulista da categoria no próximo domingo, contra o Olé Brasil, respectivamente. O sub-15 e o sub-17 já jogaram seis vezes no Estadual, o primeiro somou nove pontos e o segundo sete. Enquanto isso, o time sub-20 jogou duas vezes e perdeu ambos.
Fonte: Globo Esporte
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