Depois de cinco anos anestesiado e acomodado com os recursos investidos pela Lacerda Sports - antiga gestora de futebol -, o desafio do Comercial tem sido reaprender a andar com as próprias pernas. Com uma folha salarial estimada em R$ 100 mil para a Série A3 do Paulista de 2016, a nova diretoria comercialina tem tentado reestruturar as finanças para recolocar o Leão do Norte nos eixos.
Como o clube não tem acesso à cota de R$ 257,5 mil destinada pela FPF (Federação Paulista de Futebol) para a disputa do campeonato, em virtude de uma dívida de aproximadamente R$ 1 milhão com a entidade, o programa sócio-torcedor e a colaboração de um grupo de apoio formado por torcedores, empresários e conselheiros se tornaram as duas mais importantes fontes de receita do departamento de futebol.
Na prática, um grupo formado por dez pessoas vem colaborando com uma taxa média de R$ 5 mil, totalizando cerca de R$ 50 mil. Apesar de reconhecer que trabalhar com as finanças do Comercial é um desafio assumidamente complicado, o presidente Brenno Spinelli quer provar que o Alvinegro segue vivo mesmo sem o advogado Nelson Lacerda. “A gestão dele [Lacerda, ex-presidente], em muitos momentos foi irresponsável. Estamos sendo mais comedidos e hoje a coisa é mais transparente e cristalina. Estamos conseguindo recuperar a credibilidade do clube”, comentou Spinelli.
O presidente, aclamado em agosto, explica que o objetivo é contar com pelo menos 20 colaboradores - o dobro do atual - até o início da A3, o que renderia aos cofres cerca de R$ 100 mil. “Tem torcedor que estava incrédulo e que hoje está virando a cabeça. Eles conseguem entender que é possível o Comercial caminhar com as próprias pernas”, avaliou. De acordo com o dirigente, 570 sócios-torcedores rendem ao clube cerca de R$ 30 mil atualmente. Assim, o Leão já conta com R$ 80 mil mensais para a Série A3.
Presidente colocou dinheiro do bolso
Em busca de mais recursos após a saída da Lacerda Sports, o presidente Brenno Spinelli admite que chegou a injetar dinheiro do próprio bolso para não deixar a engrenagem parar. O dirigente, porém, não se orgulha da atitude. “É inevitável que tenhamos que suportar algumas coisas, ter uma despesa, fazer um desembolso, mas a ideia é que o Comercial seja autosuficiente”, disse o presidente, que preferiu não mencionar os valores que investiu no clube.
O Comercial também aposta na arrecadação dos espaços locados no Palma Travassos para viabilizar a manutenção do estádio, das categorias de base e dos funcionários. De acordo com Spinelli os gastos mensais têm variado entre R$ 30 mil e R$ 40 mil. “A ideia é que o clube consiga se manter com a colaboração dos próprios comercialinos.”
Patrocínio na camisa
O Comercial está negociando com três empresas para encontrar patrocinadores máster para a camisa, na temporada de 2016. Spinelli confirmou que as conversas estão avançadas, mas preferiu não revelar os nomes.
Fonte: Globo Esporte
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